terça-feira, 26 de março de 2013

Críticas: Com fundamento ou não?

Em meio a tantas críticas com imensa veemência, estive pensando: Será que essas mesmas pessoas que fazem suas críticas pensam no objetivo, no contexto, e se preocupam com o que estão dizendo/escrevendo?
Crítica com fundamento é excelente. O problema são as críticas aleatórias pelo simples fato de quererem criticar algo sem analisar o propósito e o contexto, e aí acabam caindo na frivolidade. Infelizmente essas últimas são as mais atrativas nas redes sociais, e as mais comuns.
Por exemplo, que crítica mais sem fundamento querer que a Igreja se modernize cada vez mais. Acho mesmo que o ponto básic...o nas Igrejas tem que ser o de transmitir bons valores(de respeito, fraternidade, etc) e, principalmente, estimular esses valores em termos práticos, em ações. Só que a Igreja se baseia na Bíblia, e não há possibilidade de haver modernização da Bíblia, senão, perderia a essência de tudo isso, não é? Acho mesmo que o respeito com as diferenças é algo básico que temos que aprender desde pequeninos. Ninguém é obrigado a fazer o que está escrito na Bíblia, assim como ninguém é obrigado a aceitar e concordar com todo e qualquer tipo de idéia e prática. Respeitar é uma coisa, concordar é outra. Respeito é obrigação, haver concordância não. Querer que a Igreja se transforme a ponto de perder a essência, é a mesma coisa que uma pessoa chegar e exigir que vocês mudem os valores e crenças que vocês possuem até chegar ao ponto de vocês falarem: "Opa, mas se eu mudar tanto assim, esse não será mais eu."

domingo, 3 de março de 2013

Não é incomum ouvirmos a expressão: "Não se fazem mais homens como antigamente."
Pude ouvi-la, mais uma vez, neste fim de semana, e fiz alguns questionamentos.
A frase por si só é interessante, pois de fato, por sermos seres sócio-históricos-culturais, de acordo com as diferentes épocas e mudanças paradigmáticas, há uma série de reformulações e desconstruções, afetando, assim,  nosso modo de relação conosco e com tudo que nos cerca. Logo, não é surpreendente que as representações acerca de "ser mulher" e "ser homem" mudem mesmo, não é? O problema é que essa expressão("Não se fazem mais homens como antigamente!") tem uma conotação de "crítica negativa" ao "ser homem atualmente". Quando ouço esse tipo de expressão, penso: "Então isso quer dizer que  "ser mulher na contemporaneidade" é a mesma coisa que há 10, 20, 30, 40(e por aí vai) anos atrás?". Não precisamos refletir tanto para respondermos: "Não, muita coisa mudou!". E mudou MESMO. Ou melhor, não só mudou como estamos em constantes transformações nos mais diferentes aspectos. A nossa luta por inúmeras quebras paradigmáticas vem de tempos tenros. Lembro-me de ter estudado que em 1908(por aí) já haviam marchas de milhares de mulheres, em Nova York, exigindo melhoria de salário e direito de voto. Há quantos anos lutamos contra preconceitos, violências(nos mais variados sentidos) e desvalorizações, não é mesmo?  Ao olharmos para trás, é nítido e notório os grandes avanços frente as conquistas femininas.Sem dúvida ainda há muita luta pela frente, mas é inegável que muito já foi conquistado(e está sendo, a duras penas). Ainda assim, com tantas mudanças, as próprias mulheres se pegam em meios a pensamentos retrógrados e machistas. Frente à tudo isso, como fica a "representação de ser homem" com tantas mudanças? Diante de tantas transformações, é coerente que as representações relacionadas a "ser homem" também se transformem.
Felizmente "ser homem" está deixando de categorizado como: o cara forte, que não chora, que sustenta (sozinho) a casa, os filhos, que só tem que seguir profissões culturalmente "masculinizadas", que tem que ser "pegador", "garanhão", dominador, etc, etc, etc. Finalmente, ao que parece, está começando a acontecer um processo de emancipação acerca dos diferentes papéis. A questão é que ainda estamos tão arraigados numa cultura machista, que ainda é confuso e difícil sair de pensamentos retrógrados para, finalmente, nos permitir quebrar alguns padrões, passando, então, a entender que independente do que está POSTO, cada pessoa possui seu próprio modo de ser e estar no mundo, e é de SUMA IMPORTÂNCIA, ao menos, questionarmos aquilo tudo que está pré-determinado.
 Em meio a tantas mudanças e crises nos diversos "modelos", acabamos ficando confusos e com sensação de estarmos "perdidos", mas, se analisarmos a palavra crise, veremos que se origina da palavra grega “krísis” e tem como alguns de seus significados "fase difícil, grave, na evolução das coisas, dos fatos, das idéias"; e também como um "estado de dúvidas e incertezas. A crise então, pode ser vista como OPORTUNIDADE de mudanças, pois é no estado de dúvida, em momentos difíceis, que passamos a refletir e questionar. Que venham as crises dos paradigmas enraízados, e que possamos não apenas cair em discussões frívolas, mas principalmente, nos libertarmos de pré-conceitos e preconceitos.