terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A predominância do "despotismo ideológico".


Já não é de hoje que tenho observado a predominância de déspotas por aí. Déspotas esses que estão por todas as partes, nos diversos âmbitos e nas mais variadas épocas da nossa história. Para nomear uma “antiga” (e tão comum ainda hoje) forma de governo, falavam em “despotismo”; onde o poder detinha a razão. Segundo Montesquieu, de acordo com essa forma de governo, apenas um governa, sem a necessidade de leis e regras, e domina tudo e todos.  Opressão demais? Será mesmo? Quando tento fazer uma análise a respeito das ações de alguns “políticos” muito atuais, vejo que o belíssimo pensamento de Heráclito (“Nada é permanente, exceto a mudança!”) infelizmente esvai-se. E esvai-se porque apesar das inúmeras quebras paradigmáticas, algumas coisas insistem em perpetuar. Porém, perpetuam-se de maneira camuflada. O que antes era “descarado”, agora é maquiado e camuflado, e sem perceber somos diariamente ludibriados.
 Se pensarmos no despotismo de maneira mais ampla, não só nas esferas governamentais, veremos que esse tipo de ação, no sentido de arbitrariedade e opressão, é ainda mais freqüente. Arbitrariedade essa que podemos detectar inclusive em pequenas discussões, seja lá sobre o que for e aonde for. Um sempre querendo impor seus princípios ideológicos a qualquer custo. Não basta falar sobre tais idéias, há a necessidade de IMPOSIÇÃO: "o outro também tem que pensar como eu". "O outro não pode pensar diferente, afinal, QUEM ELE PENSA QUE É"? Mas a resposta é clara, não? O outro é um OUTRO ser, que nasceu numa OUTRA família, que teve OUTRAS experiências, OUTRAS vivências, e por aí vai. Simples, não? Nenhum pouco. Se fosse, a palavra do momento não seria “desrespeito”. E não há como falarem em respeitar leis e regras sem haver, ANTES DE MAIS NADA, um respeito com o outro.
Acredito que há possibilidade de mudança se houver, primeiramente, uma autocrítica: Como me comporto diante daquele que é diferente de mim? Quando passamos a nos perceber, nossa consciência passa a apreender melhor não só o nosso próprio modo de ser, mas também o modo como gostaríamos de ser, e dessa maneira passamos a ter a possibilidade de modificar algumas ações. E como precisamos de tais modificações para a construção de um mundo melhor, não? “Mundo” esse que tenha como diretriz o respeito ao outro e, consequentemente, maior respeito também às leis e normas para haja então um melhor convívio social.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O tempo como horizonte de nossa construção e história:

Há quem diga que o tempo cura tudo. Será? Como tudo na vida, o tempo não é algo passível de uma só interpretação. Pode ser um grande aliado ou uma grande ameaça. Pode ser o mocinho ou o vilão. Pode ser a calma ou o tormento; a mudança ou a mesmice; o motivo de muitos sorrisos, mas também de muitos choros; de muitas conquistas e muitos fracassos; de muita vontade, mas também da falta dela; de muitos amores(muitos!), de muitas dores; de companhias, de solidão...de alegria e frustração. Olhar para o tempo é olhar diretamente(ou indiretamente) para a nossa história, para a mundaneidade do nosso mundo(e por que não dos nossos mundos? Sim, no plural; vários deles); olhar para o tempo é olhar para a construção do nosso existir até então; é olhar para aqueles que passaram por nós, se foram, mas deixaram um pouquinho de si; e quantos já passaram por nós! Ah, o tempo...! Tempo que nos ilude e nos traz a sensação que não passa; o mesmo tempo que voa, que corre, que não para; tempo que se esvai...que esvai do nosso controle e não mais volta! Tempo que podemos odiá-lo ou apreciá-lo. Tempo que nos rejuvenesce, envelhece, e nos finda. Tempo traiçoeiro, tempo amigo. Tempo que um dia nos faz perceber que pode ser isso ou aquilo, e só depende de nós, de como o vivenciamos, de como o significamos e ressignificamos.  Tempo...tempo de pensar, amar, chorar, lutar, falar, desculpar e até mesmo desculpar-se; tempo de desejar, beijar, brindar, abraçar,sonhar; tempo de planejar; tempo de recomeçar; tempo de ler, reler; tempo de aprender, desaprender e reaprender; tempo de viver...e de viver enquanto há tempo!

Regina Ramalho

P.s.: Escrevendo brevemente sobre o tempo, lembrei-me da belíssima música do Lenine, "paciência".

 http://www.youtube.com/watch?v=sXmWAOIWg3w

"Será que é tempo que lhe falta pra perceber? Será que temos esse tempo pra perder? E quem quer saber? A vida é tão rara...tão rara..!"( Lenine - paciência)



sábado, 2 de fevereiro de 2013

Finalmente me permiti criar um blog. Através deste blog, tenho o intuito de postar alguns dos meus questionamentos e reflexões acerca de diversos assuntos. Pensei: "Por que não "compartilhar" questionamentos?".
Sendo assim, vamos lá. Risos.
Ontem foi mais um dia que eu me perguntei se de fato existem leis em nosso país.
Se a lei "Ficha Limpa torna inelegível por oito anos um candidato que tiver o mandato cassado, renunciar para evitar a cassação ou for condenado por decisão de órgão colegiado (com mais de um juiz), mesmo que ainda exista a possibilidade de recursos", o que significam as últimas notícias? Não só  as últimas notícias no âmbito federal, mas no que diz respeito à MT também!
Tenho a sensação que as últimas notícias são um tapa na nossa cara dizendo: "Ficha limpa? Ráááá!!! Pegadinha do malandro...glu glu, nhé nhé..!" 
Não só me pergunto: "Será que existem leis em nosso país?", como diversas vezes me respondo: "Não, não há!". E não acho que eu esteja sendo radical, penso que realmente não existem. Se existissem, de fato, não haveria TANTAS brechas para "sair pela tangente". Em ALGUMAS situações, se a frase "Tem que analisar as entrelinhas!" fizer sentido, então é porque há alguma falha na lei/regra/norma; ou será que não? Várias vezes ouço: "A questão é que a justiça é lenta!"; Mais que isso, é falha. Se é lenta, já é falha, porque em função da "lentidão", abre-se uma brecha exacerbada para que existam mais e mais crimes. 
A impressão que dá é que estamos enclausurados em um lugar que não há proteção alguma no que diz respeito a moral; e claro, infelizmente, uma proteção grandiosa aos que ocupam algum cargo de poder($) e acham que, por isso, podem TUDO! E pior, estão "certos" em pensar que "podem tudo", pois eles sempre têm um reforço positivo: A IMPUNIDADE.
Estamos diante de uma carência tão grande de referências de "valores morais", "regras", "limites", "normas", que quando alguém questiona essa falta, muitos o apontam como "falso moralista", pois a carência disso é tão grande, que fica mesmo parecendo "ilusão". Complicado, não? =/